28/11/08

Ora aí está... Kar Luz Estrela

BAR DO ABISMO
O mar estava calmo. Enquanto a ondulação não ultrapassava a altura das pequenas rochas mais baixas, espraiando-se languidamente no imenso areal, o horizonte longínquo lançava apelos constantes e cada vez mais fortes… Entrar, embrenhar-se, dirigir-se rumo à linha de água que se vislumbrava ao longe, era o seu mais profundo desejo. Mas as obrigações de uma vida rotineira retinham-no e impediam-no de dar o passo rumo à liberdade.
Um barco navegava calmamente seguindo aquela linha imaginária que o seu olhar alcançava. Imaginou-se a navegar também, qual marinheiro quinhentista à descoberta de novos mundos, alargando horizontes, conhecendo o desconhecido, vendo o que ainda poucos tinham visto, civilizando o que era incivilizado, propagando uma cultura que iria arrasar e destruir culturas que não entendia.
Imaginou-se a tomar para si mulheres de outras cores, raças e credos, a estabelecer relações comerciais com vendedores de produtos desconhecidos, de diferentes aromas e sabores, a maravilhar-se com monumentos de estilos arquitectónicos não padronizados, a saciar a sua fome com alimentos que nunca degustara.
Imaginou-se lá, longe, há cinco séculos atrás, porque não conseguia ver-se hoje na vida sem sentido que ia desperdiçando.
De repente teve vontade de mergulhar e nadar, nadar, nadar até chegar ao barco que começava a perder-se no horizonte.
Mas, mais uma vez, faltou-lhe a coragem. E, virando costas ao mar, regressou à sua solidão maldizendo a sua cobardia.

E se na Liga Sagres o Glorioso deu mais uma lição de pragmatismo, vencendo e convencendo, na Taça UEFA há uma mão cheia de razões para não comentar.

Livro (in)directo
“Que importa a eternidade da danação a quem encontrou num segundo o infinito do prazer?” (Baudelaire)
(Atenas, 27 de Novembro de 2008)
@Kar Luz Estrela

Afinal o pesadelo é outro

É nosso dever, perante a verdade e perante os leitores, informar que o nosso comentador residente não se encontra doente (comentários antecipados, comentários errados). Segundo SMS recebido na redacção do nosso Blogue ele informa que "estou na acrópole à espera de musa inspiradora, depois de ter passado a noite com..."

Fica a correcção

Sem... crónica... sem UEFA, mas com vontade

Kar Luz Estrela está doente. As nossas melhoras e votos de rápidas melhoras. Que os próximos 3 pontos sejam um antibiótico.

23/11/08

O nosso Benfica não deixou fugir os 3 pontos. Rubem Amorim aos 31' e Cardozo aos 47' apontaram os nossos golos.
Venham os Gregos.

O ninho

O ninho está a começar a dar sinais. Empurra daqui e dali, o importante é irmo-nos alimentando. Quando soubermos voar ninguém nos apanha.
Coimbra tem mais encanto, com 3 pontos, na hora da despedida. Vamos a ver.

21/11/08

Kar Luz estrela, nova crónica. No seu melhor.

A CRÍTICA
Era uma vez…
Escreveu um célebre poeta: “primeiro estranha-se, depois entranha-se.”
…Um indefectível benfiquista que, em amena cavaqueira com outro benfiquista dos sete costados, reflectia sobre o estado da nação, chegando ambos à conclusão que a nação estava quase sem estado porque já não havia estadistas nem de boa cepa nem de boa têmpera.
Claro que os poetas, como a maioria dos artistas, vivem um pouco alheados da realidade vivencial do comum dos mortais, pelo que tal desiderato, na maior parte das vezes, não passará de linguagem poética, sempre mais agradável à audição do que à acção.
Depois de muito discutirem e pouco ou nada concluírem entenderam que era urgente dar a conhecer ao mundo as suas opiniões e comentários sempre certeiros, pois quanto mais não fosse no plano teórico, tornava-se premente fazer algo para alterar a situação actual.
No entanto, também é mister reconhecer que “um artista tem mais direitos que qualquer outro. Perdoam-se-lhe mais coisas.” [1] Daí se poder desculpabilizar o poeta e a sua noção de que tudo, por mais incompreensível que seja, acabará sempre por ter algum significado e valor.
Decidido, de imediato se estabeleceram as regras do método opinativo. Assim, era permitido falar sobre tudo, com tudo, por tudo e, se possível, incluir também o SLB.
Tal reflexão pretende contestar, literariamente, muitas das críticas que são feitas por quem não gosta, não percebe ou não entende certas situações com que vai deparando, pois é sempre mais fácil criticar o que não se percebe no imediato do que tentar ir ao âmago da questão, já que tal exige mais trabalho e muito mais esforço intelectual.
Desde então, com maior ou menor actualidade, se vai discutindo o estado da nação, principalmente da nação benfiquista.
Acresce que, na sociedade actual, em que se dá primazia ao imediato, ao simple(x), em que pensar por si próprio já soa quase a sacrilégio, ainda mais difícil se torna dar razão ao poeta.
Convém então referir que o Glorioso ainda não alcançou o almejado 1.º lugar, por força de uns bebés lá dos lados de Matosinhos que, contra todas as expectativas, deram água pela barba a dragões e leões, sendo o SLB o único grande que ainda não saboreou o fel amargo da derrota com tais petizes. Antevendo, entretanto, os próximos desafios que se colocam ao Glorioso, e não tendo dotes divinatórios, perspectiva-se, no entanto, que os referidos bebés sejam empatados na Vila do Conde, abrindo assim caminho para o assalto ao lugar cimeiro, em Coimbra, onde o SLB dará mais uma lição de futebol total e vencedor. Dias depois, seguir-se-á mais um jogo de importância decisiva para as aspirações europeias, em que se espera que o Glorioso não se veja grego para alcançar os necessários 3 pontos. Para isso, as camisolas berrantes, quais papoilas saltitantes, têm de mostrar à saciedade a magia num toque de calcanhar de Aimar, numa trivela de Reyes, num cabeceamento fulgurante de Sidnei ou nas mão seguras de Quim.
Fora-de-jogo
No outro dia, uma amiga telefonou-me a dizer: “Queres vir cá a casa? Não está cá ninguém.” Eu fui lá a casa. Toquei várias vezes à campainha. Ninguém atendeu. Ela tinha razão, não estava mesmo ninguém!
[1] A. Camus, A Peste

14/11/08

Kar Luz Estrela na sua Crónica semanal

Perdi-te!
E ao perder-te, perdi-me!
Para onde irei agora?
A falta que o teu sorriso me faz!
A saudade da tua voz!
A tua ausência aperta-me o coração, pesa-me no peito, roubou-me a alegria de viver.
Porque será que só damos valor ao que tivemos, depois de o perdermos?
Sei que o meu destino não te preocupa. Porque haveria, se tudo fiz para que tomasses a decisão que não querias?
Agora nada há a fazer.
Sei que não voltarei a ser tão feliz como o fui naquele tempo em que passávamos noites sem fim à volta de uma conversa, de um sussurro, das trocas de carícias e mimos que só os apaixonados conhecem. Noites em que não apetecia dormir, apenas queríamos estar constantemente a ver-nos, olhos nos olhos, os teus reflectidos nos meus e os meus nos teus. Noites, à beira-mar, em que não havia estrela nenhuma no céu que brilhasse tão intensamente como os nossos olhos! Noites em que a água acariciava os nossos pés nus que se moviam no areal em direcção ao futuro mais risonho que se poderia imaginar!
Lembras-te dos dias que consumíamos a ouvir as nossas músicas (“Still Crazy for You”), a ler os nossos livros (“Kafka à Beira-Mar”), a preencher as quadrículas dos sudoku do Cartaz do Expresso, a destilar a nossa sede num copo alto com Jameson e muito gelo?“To Love is to Grow” [1] ! E o teu amor fez-me crescer!
Por isso queria voltar a viver essas noites e esses dias.
Queria telefonar-te, enviar-te uma mensagem a dizer-te que afinal só contigo eu fui e voltaria a ser feliz, a dizer-te que te quero mais do que tudo na vida, a dizer-te que aprendi com os erros e que seria tudo o que sempre quiseste que eu fosse para ti, mas sei que nem sequer a irias ler. Ou então irias ler e rir-te, arrastando nesse riso os que agora estão à tua volta!
Porque não voltas para mim?


E o S.L.B.?

Depois de depenar umas aves tenrinhas, vai aproveitar o fim-de-semana para assumir a liderança da Liga Sagres!

[1] Faze Action, álbum: “Moving Cities”

12/11/08

Rumo à Vitória

O jantar de ontem juntou cerca de 130 Aeronáuticos Benfiquistas. O convívio e a sã camaradagem foram a marca deste grande convívio.
Brevemente teremos a reportagem fotográfica.
A não perder... Em frente, rumo à vitória final.

07/11/08

Kar Luz Estrela e a DIE ANGST DES TORMANNS BEIM ELFMETER

DIE ANGST DES TORMANNS BEIM ELFMETER [1]

Não está fácil a vida dos árbitros em Portugal!
Oriundos das mais variadas camadas e estratos sociais, muitos vêm na carreira da arbitragem a única forma de alcançarem reconhecimento e visibilidade. Por isso, aparecem tão contentes e bem dispostos no início dos jogos quando, em amena cavaqueira com os capitães das equipas, lançam ao ar a moeda que decide quem irá dar o primeiro pontapé na bola.
Acontece porém que a maioria dos espectadores de futebol não os reconhece de imediato porque vestem quase sempre de igual e não têm nome nas camisolas, pelo que, muitas vezes, acabam por chamá-los “Gatuno”, como se fossem todos da mesma família.
E têm sido os dessa família que têm arbitrado os últimos jogos do Glorioso. Entre a angústia de marcarem um penalty ou de serem reconhecidos, têm optado sistematicamente pela segunda hipótese, conseguindo assim que, em uníssono e em coro, todos os espectadores afectos ao Glorioso os invoquem e, se continuarem com o mesmo tipo de decisões, terão em breve a sensação sempre inebriante de finalmente serem reconhecidos por 6.000.000 (seis milhões!) de portugueses. [2]
Quanto ao resto, e não é pouco, continuamos na senda das vitórias, agora na cidade-berço, em que atingimos a marca de 5.000 (cinco mil!) golos, com 30 minutos de exibição de luxo e uma segunda parte de sofrimento, devido a mais algumas decisões angustiosas da arbitragem.
Agora, e depois do banho turco, que se espera que não provoque nenhuma gripe na equipa, temos mais um jogo em que, na pior das hipóteses, lá teremos de voltar a treinar os penaltys!

Lido num estabelecimento comercial:
Para sua segurança, está sob vigilança.”
Proposta de correcção:
“Para sua segurância, está sob vigilância.”

Apelo: Agora mais do que nunca é imperioso que a família benfiquista continue unida. Vamos todos estar presentes no jantar do dia 11NOV!

[1] Filme realizado em 1972 por Wim Wenders e que, em Portugal, recebeu o título: “A Angústia do Guarda-redes no Momento do Penalty”.
[2] No entanto, convém não esquecer que, ainda recentemente, no jogo contra o Penafiel para a Taça de Portugal, o Glorioso beneficiou de 5 (cinco!) penaltys.

02/11/08

TÉCNICO DIZ QUE ATLETAS TIVERAM ORGULHO NA CAMISOLA


Sorridente e visivelmente aliviado. Foi assim que Quique Flores surgiu no "flash interview" para comentar a nossa vitória."A resposta da equipa, hoje, foi muito boa. Foi uma vitória com orgulho. Estou muito contente com o esforço dos jogadores que, de facto, sentiram o orgulho de jogar com esta camisola. Não foi fácil, tivemos de lutar muito, mas todos se disponibilizaram em prol do grupo", explicou. A expulsão de Reyes, ainda durante a primeira parte, fez com que o nosso jogo tivesse, forçosamente, de mudar. "Ficou muito difícil aguentar a pressão com um homem a menos. Era complicado conseguir atacar. É verdade que depois da saída de Reyes foi um jogo diferente, sem muito brilhantismo da nossa parte, mas com tremenda entrega". Embora Aimar tenha regressado à acção - fazendo uma notável assistência para o primeiro golo -, Quique Flores não quis elogiar ninguém em particular, mas sim o colectivo. "Fomos agressivos e rápidos no meio-campo, de entrada. Depois, assumo, apresentámos um futebol menos atractivo e mais prático. Aimar? Acredito em todos os jogadores do plantel. Todos podem ajudar", atirou. Sobre a actual vantagem em relação aos rivais Sporting (2 pontos) e FC Porto (4), Quique não se mostra surpreendido, mas também não pensa que isso, desde já, seja determinante. "Sempre confiei no trabalho que temos vindo a realizar. Mas, ainda é muito cedo. Vamos precisar do esforço e da dedicação de todos, dos jogadores aos adeptos. Só assim poderemos atingir as metas desejadas", concluiu.

Para Manuel Cajuda, no embate com o Benfica, só o resultado não foi o esperado. Quanto ao resto, não poupou elogios aos seus atletas e também... ao adversário."Tenho que dar os parabéns ao adversário, pois ganhou com muito sacrifício. Adiantou-se no marcador e acabou por ganhar. Mas também tenho de dar os parabéns aos meus jogadores, pois é impossível pedir-lhes mais brio, capacidade de sofrimento, e vontade de andar na frente do jogo e trabalhar. Não conseguimos ganhar, mas fizemos tudo para isso", referiu o técnico dos vimaranenses. Cajuda referiu-se, ainda, ao início de época menos fulgurante, desdramatizando: "Vou tendo cada vez mais jogadores em condições de jogar e isso faz com que a equipa cresça, mas a verdade é que tivemos Liga dos Campeões, depois Taça UEFA, muitos jogadores lesionados. Não tem sido fácil... e sinto que a tolerância que me dão não é igual à que é concedida a outros treinadores de outras equipas".

Tudo de acordo. Só o árbitro pareceu não concordar com este resultado.

Viva o Benfica