Santa Marta de Penaguião, 12H45 – 14H00 e Santo António dos Cavaleiros, 19H55 – 21H05, s.d.
Duas refeições na restauração deste país em que sou confrontado com televisores ligados, som elevado para que todos os clientes possam ter acesso ao manancial informativo que as nossas amadas e estimadas televisões fazem o favor de nos oferecer. Nada melhor para acompanhar um bom repasto do que ir ouvindo o que os esforçados locutores e repórteres nos vão noticiando, numa torrente informativa capaz de ombrear com o caudal do Amazonas.
É ainda frequente ouvir dizer que ler jornais é saber mais mas ver telejornais é saber muito mais. Foi o meu caso hoje. Obrigado a ver e ouvir o Jornal da Tarde e o Jornal da Noite da TVI fiquei a saber, antes de mais, que das 13H00 às 20H00 não acontece nada nem no país nem no mundo, porque as notícias são praticamente as mesmas nos dois blocos informativos.
Depois, fiquei a saber que “milhares de portugueses estão a jogar no jogo da bolha” (não sei se é fácil, barato e dá milhões como os jogos da Santa Casa, mas que deve ser um grande jogo para atrair tanta gente, lá isso deve).
Soube também, quero dizer, já desconfiava, mas agora fiquei com a certeza, que a saúde em Portugal está cada vez mais doente. Então não é que “um doente foi enviado do hospital para casa nu, embrulhado num lençol”? Ao que isto já chegou!
Mas nem tudo são desgraças. Que o digam os habitantes de Coimbra que voltaram a ter motivos para sorrir, pois foram “reabertos os balneários públicos na Baixa de Coimbra”. Além disso, os habitantes daquele distrito emblemático do país, terra de doutores que se orgulha da sua ancestral Universidade, já podem dormir descansados pois um meliante que tinha aterrorizado aquelas gentes foi julgado e condenado pelo tribunal sendo “proibido de entrar no distrito de Coimbra”. Apenas me interrogo como é que as autoridades vão fiscalizar o cumprimento desta proibição. Será que estão a pensar fazer um cordão humano à volta do distrito para garantir que o tal sujeito não viola a lei?
Além das notícias importantíssimas para aferir o estado da nação, gostei muito da apresentadora do Jornal da Tarde que, embora usasse um vestido um tudo nada espampanante, às bolinhas azuis e vermelhas sob um fundo branco, me pareceu simpática e com uma boca que cabe na cara, ao contrário da Manuela Moura Guedes.
No Jornal da Noite houve uma variante: esteve lá um senhor, que foi apresentado como Miguel Sousa Tavares, o tempo todo a ver e ouvir estas e outras notícias e, como o castigo ainda era pequeno, de vez em quando tinha de fazer uns comentários. Deu-me pena. Ter de comentar tais notícias! É o que faz a necessidade. E o senhor bem precisa de quem lhe dê uma mãozinha para equilibrar o orçamento, já que me pareceu que a fatiota que usava devia uns meses à recolha de roupas para a AMI, o cabelo já grandito (o António Variações teria ali uma boa hora de trabalho árduo) e despenteado, e quem não tem dinheiro para whisky bebe bagaço e depois fica assim com aquela voz rouca que só se suporta ao António Sérgio, pelos bons momentos musicais que sempre proporcionou. Mas eu sou suspeito porque gosto um pouco do Miguel Sousa Tavares: do que escreve e do que (não) diz!
Ah! O Glorioso? Foi empatado! Mas, contra lagartos, dragões e outras espécies animais, no fim será o que vai rir mais!
Duas refeições na restauração deste país em que sou confrontado com televisores ligados, som elevado para que todos os clientes possam ter acesso ao manancial informativo que as nossas amadas e estimadas televisões fazem o favor de nos oferecer. Nada melhor para acompanhar um bom repasto do que ir ouvindo o que os esforçados locutores e repórteres nos vão noticiando, numa torrente informativa capaz de ombrear com o caudal do Amazonas.
É ainda frequente ouvir dizer que ler jornais é saber mais mas ver telejornais é saber muito mais. Foi o meu caso hoje. Obrigado a ver e ouvir o Jornal da Tarde e o Jornal da Noite da TVI fiquei a saber, antes de mais, que das 13H00 às 20H00 não acontece nada nem no país nem no mundo, porque as notícias são praticamente as mesmas nos dois blocos informativos.
Depois, fiquei a saber que “milhares de portugueses estão a jogar no jogo da bolha” (não sei se é fácil, barato e dá milhões como os jogos da Santa Casa, mas que deve ser um grande jogo para atrair tanta gente, lá isso deve).
Soube também, quero dizer, já desconfiava, mas agora fiquei com a certeza, que a saúde em Portugal está cada vez mais doente. Então não é que “um doente foi enviado do hospital para casa nu, embrulhado num lençol”? Ao que isto já chegou!
Mas nem tudo são desgraças. Que o digam os habitantes de Coimbra que voltaram a ter motivos para sorrir, pois foram “reabertos os balneários públicos na Baixa de Coimbra”. Além disso, os habitantes daquele distrito emblemático do país, terra de doutores que se orgulha da sua ancestral Universidade, já podem dormir descansados pois um meliante que tinha aterrorizado aquelas gentes foi julgado e condenado pelo tribunal sendo “proibido de entrar no distrito de Coimbra”. Apenas me interrogo como é que as autoridades vão fiscalizar o cumprimento desta proibição. Será que estão a pensar fazer um cordão humano à volta do distrito para garantir que o tal sujeito não viola a lei?
Além das notícias importantíssimas para aferir o estado da nação, gostei muito da apresentadora do Jornal da Tarde que, embora usasse um vestido um tudo nada espampanante, às bolinhas azuis e vermelhas sob um fundo branco, me pareceu simpática e com uma boca que cabe na cara, ao contrário da Manuela Moura Guedes.
No Jornal da Noite houve uma variante: esteve lá um senhor, que foi apresentado como Miguel Sousa Tavares, o tempo todo a ver e ouvir estas e outras notícias e, como o castigo ainda era pequeno, de vez em quando tinha de fazer uns comentários. Deu-me pena. Ter de comentar tais notícias! É o que faz a necessidade. E o senhor bem precisa de quem lhe dê uma mãozinha para equilibrar o orçamento, já que me pareceu que a fatiota que usava devia uns meses à recolha de roupas para a AMI, o cabelo já grandito (o António Variações teria ali uma boa hora de trabalho árduo) e despenteado, e quem não tem dinheiro para whisky bebe bagaço e depois fica assim com aquela voz rouca que só se suporta ao António Sérgio, pelos bons momentos musicais que sempre proporcionou. Mas eu sou suspeito porque gosto um pouco do Miguel Sousa Tavares: do que escreve e do que (não) diz!
Ah! O Glorioso? Foi empatado! Mas, contra lagartos, dragões e outras espécies animais, no fim será o que vai rir mais!
1 comentário:
Ummm... este literato ainda vai dar que falar.
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