“Em Junho, termina a calibragem obrigatória de frutas e legumes que vigora no espaço europeu, ficando ao critério dos Estado decidirem se se podem comercializar cenouras tortas e maçãs pequenas. A coisa durava há décadas e é agora revista com dois argumentos fundamentais: combater o desperdício e baixar os preços. Diz a Comissão Europeia que, com isso, vai reduzir os preços em cerca de 40%. Certamente exagera. O lóbi da fruta grossa, que lhe impôs a calibragem, esmagando os concorrentes menos preparados, vai tentar manter tudo como está. Mas esta decisão demonstra que a fúria reguladora de Bruxelas provocou desperdício e preços altos. Quer dizer, prejudica os produtores e os consumidores, em nome dos quais se fazem tantas das regras absurdas que os eurocratas inventam, cedendo, geralmente, a algum interesse particular.”
(Expresso, Novembro de 2008)
(Com esta medida os ‘fenómenos do Entroncamento’ já podem ser vendidos por essa Europa fora…)
“Recuperar a filosofia dos cafés de antigamente é o principal objectivo do Praça Caffé, que abriu no passado dia 15, na Praça Luís de Camões, em Mértola.
Rui Rodrigues e Carlos Carvalho, parceiros de negócio, destacam “o ambiente acolhedor e o serviço de qualidade” num espaço que “se assemelha ao coffeshop à inglesa, onde as pessoas se encontram para tomar café e conversas sem pressas.”
Aberto entre as 9 e as 2 horas, o Praça Caffé transforma-se à noite num descontraído bar, onde a música ambiente varia entre o jazz, o chill out e o lounge.”
(Ecos do Guadiana, Dezembro de 2008)
“João B. Gomes era um homem banal. Professor de desenho, (…) que não fez nada de extraordinário, nem sequer foi um brilhante aluno, ou artista, ou escritor. Em abono da verdade, nada do que fez em vida o teria posto nas páginas de um jornal. Mas há homens que deixam marcas de surpresa. No momento em que soube que perdera a guerra contra o cancro – que o minava há 12 anos – reuniu os amigos e encomendou-lhes a tarefa de gerir a sua herança. Peça por peça, livro por livro, cada um dos objectos que fizeram a sua vida devia ser colocado a leilão. “Para quem deles mais precisar”, disse. (…) E para que chegasse a todos, a base de licitações parte de um único euro. No final, o valor real da vida do João será distribuído por associações de solidariedade.
Nunca casou ou teve filhos (…) e quando a doença o agarrou, o mundo ficou mais pequenino. (…) Nos últimos tempos de vida pegou nas trouxas e fez o que mais gostava: viajar.
“Nem se pense que há uma fortuna em jogo”, salientam os parentes. São restos de uma vida, repleta dos quadros que o João pintava, mas que nunca conseguiu expor. Dos livros que leu e dos discos que ouvia. Tudo o que quis deixar. “Além do ser ou não ser dos nossos problemas, o que importa é isto: penso nos outros, logo existo”, deixou João escrito num dos cadernos para os depositários da sua herança. É esta a frase, aliás, que encabeça o blogue que leiloa as marcas da vida do professor, do pintor e do amigo. Ironia do destino, o solitário encontrou agora uma grande companhia. Os amigos perpetuam a memória para lá do previsto para um homem, acima de tudo, normal.”
(Expresso, Outubro de 2008)
“Obra feita… no papel.
(Os políticos têm cada vez mais numa irresistível tendência para publicarem os seus escritos)
(…) A verdade é que a obra escrita dos políticos portugueses mede-se em quilómetros de linhas e talvez mesmo em toneladas de tinta. Quase todos escrevem ou têm essa tentação, quando não sentem mesmo essa obrigação. As editoras apostam e o público compra. (…) Não admira. Antes do interesse comercial (nunca confessado e até às vezes rejeitado), vem a vontade de explicar, de informar, de, enfim, “dar a sua versão dos factos”.
“Os políticos vendem, mas vendem mais quanto mais mediáticos são e em função da actualidade do momento” (…) e são tantos os títulos que se chega a duvidar se as vendas correspondem a livros lidos, ou bibelôs de estante.
Além dos livros políticos escritos pelos políticos, restam ainda muitos pequenos livros, com recolhas de discursos, intervenções na imprensa, escritos esparsos. No fundo, meras justificações de trabalho feito ou boas intenções para uma obra adiada…”
(Expresso, Novembro de 2008)
(É caso para dizer: dediquem-se à escrita e deixem a política para quem quer servir o País e não servir-se do País!)
Notícia de última hora:
O Glorioso enviou uma exposição à Liga de Clubes a solicitar que o patrocinador principal da Liga seja substituído, argumentando que a cerveja Sagres tem provocado nas últimas semanas algumas indigestões, azias e amargos de boca. Na mesma exposição, o Glorioso propõe que o patrocinador principal passe a ser a Carlsberg, já que, pelo menos a que foi dada a provar na cidade-berço, não provocou efeitos secundários tão graves!
(Revista “Mística”, n.º especial dedicado ao título de “Campeão de Inverno”)
(Pontinha, um dia qualquer de 2009)
@Kar Luz Estrela
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