20/02/09

CHILL OUT


O despertador tocou!

(PLAY, Two To Stay (Original Mix)) [1]

Entreabriu um olho, depois o outro, muito calmamente e olhou para o relógio, estava na hora!
Sem pressa, foi saindo da cama, despedindo-se suavemente do calor confortável que lhe proporcionara mais uma noite de sono tranquilo.
Subiu as persianas e maravilhou-se com o dia que se lhe deparava, anunciador de tempos primaveris que não tardariam, embora as andorinhas ainda não tivessem começado a realojar-se nos condomínios que tinham construído no ano anterior debaixo do beirado do prédio onde morava. Mas o sol já se antecipara e, dardejando, dava a entender que a estação florida poderia chegar mais cedo este ano.

(ANGEL, Space Gang feat. Natascha) [2]

Abriu a janela para deixar entrar aquele ar que se adivinhava tonificante e, por uns minutos, os seus olhos perderam-se a olhar o horizonte, deixando-se absorver numa sensação de bem-estar e de paz de espírito, nem sempre possível de desfrutar.

(NO MATTER WHAT, Groovy Waters (Nu Soul Edit)) [3]

Era hora de cuidar da sua higiene pessoal. Em frente ao espelho contemplou-se demoradamente e verificou que a saliência proeminente de há seis meses atrás quase desaparecera. Ficou satisfeito consigo próprio! Finalmente conseguira incutir alguma disciplina na sua vida, pelo menos nos aspectos físicos, com a hora diária de caminhada, seguida das flexões e abdominais que se impusera e que vinha cumprindo escrupulosamente, dando já frutos bem visíveis.

(Nº5, Kosmic Soul (Vocal Mix)) [4]

Recordou ainda com alguma nostalgia o que já não bebia, o que já não fumava, as noites que dormia mal e a correr, as olheiras e o catarro com que se levantava, a dor de cabeça persistente e que só começava a debelar-se ao fim do terceiro café da manhã. Como estava mudado!

(FOLDED WINGS, Natalie Renoir) [5]

Procurou no roupeiro as combinações possíveis e imaginárias de roupa e decidiu-se por um pólo cinzento-escuro, liso, umas calças de ganga e os seus velhos ténis sanjo.
Saiu e dirigiu-se para a esplanada onde tinham combinado encontrar-se.
Fez o caminho a pé. Eram só 15 minutos, aquele sol não era para desperdiçar dentro do carro e, além disso, sempre passava junto a duas ou três bancas de jornais e aproveitava para dar uma olhadela aos títulos de primeira página, ficando assim informado, gratuitamente, sobre o que de mais importante acontecera enquanto estivera a dormir.

(FLY ME TO THE MOON, Dual Sessions (Dark Side Mix)) [6]

Chegou à esplanada, sobranceira ao rio. Estava deserta. Era domingo e àquela hora muitos dos clientes habituais tinham acabado de se deitar, depois de mais uma noite de intensa actividade lúdica.
Ainda faltavam alguns minutos para a hora marcada. Telefonou-lhe. Estava quase a chegar, podia ir encomendando o pequeno-almoço.
Tinha acabado de fazer o pedido quando, ao olhar em frente, a viu e ficou extasiado a contemplar os seus olhos castanhos tão abertos e brilhantes, o seu sorriso doce e cristalino. Permaneceu por uns momentos sem reacção e, de repente, como que despertando de um sonho, abraçou-a intensamente e beijou-a ardentemente saboreando mais um reencontro dos muitos que ainda os esperavam.

(ELEVEN, Ronan) [1]

Livre directo:
O sonho do Infante D. Henrique era uma Super Bock porque estava farto de Sagres! [2]



(I WANT YOU, Locomonk) [7]
[1] “Chill Out Trilogy > The Definitive Collection”, www.pmbmusic.com
[2] Idem, Ibidem.
[3] Idem, Ibidem.
[4] Idem, Ibidem.
[5] Idem, Ibidem.
[6] Idem, Ibidem.
[7] Idem, Ibidem.
(Lisboa, domingo de manhã)
[1] Idem, Ibidem.
[2] Créditos: “Pão com Manteiga”

13/02/09



A QUEDA




Quando Eva se deixou seduzir pela serpente e comeu a maçã, que depois dividiu com Adão, estava, sem o saber, a dar origem a uma das quedas mais famosas da história da humanidade. Felizmente, o cronista estava lá, viu e registou no livro sagrado da tradição católica esse início atribulado da humanidade pecadora.
Desde então, e ao longo da sua história, muitas têm sido as quedas que ficaram para sempre gravadas na memória colectiva da humanidade, como, por exemplo, a queda do Muro de Berlim, que simbolizou o desmoronamento do Bloco de Leste. No caso português, e reportando-nos apenas ao século passado, a queda mais célebre foi a de Salazar, que caiu da cadeira em 1968. Entretanto, e em tempos recentes, também ficaram famosas as quedas do João Pinto que, no Benfica, eram mergulhos para a piscina e no Sporting passaram a ser penaltys (deve ter havido alguma alteração legislativa da qual o cronista nunca se apercebeu). Mas agora, e a partir do passado dia 01 de Fevereiro, a queda mais famosa, e que já fez correr mais tinta do que qualquer uma das referenciadas, passou a ter como protagonista um argentino, de nome Lucho González, muito bem secundado por um português, sócio do SLB desde pequenino, chamado Pedro Proença (a sorte que o Benfica tem tido com os Pedros que, à excepção do Mantorras, só nos têm beneficiado esta época!).
O cronista estava lá e viu a famosa queda. Viu o Lucho González cair e cair dentro da área. Ora, diz a lei que a queda na área é penalty. Esteve muito bem o árbitro em assinalar o castigo máximo!
O cronista viu depois o Moreira cair na área e o fcp empatar. Se o Moreira tem caído na área do fcp também era penalty. Como caiu na área do SLB foi golo, pois se não tem caído a bola ia-lhe direitinha aos pés, possibilitando a sua defesa e evitando assim que o fcp colocasse ainda mais injustiça no resultado.
O cronista, como já referiu, estava lá e viu, apesar de só ter entrado 30 minutos depois do jogo começar, o que até foi bom pois viu o Glorioso jogar (rezam as crónicas que o fcp só jogou nos primeiros 25 minutos e devem ter razão por aquilo que o cronista pôde testemunhar!).
O cronista estava lá e fazia parte daquele grupelho que, “face às ocorrências recentes em compromissos da equipa visitante[1], e contrariamente ao que padronizava a organização portista, a “PSP decidiu juntar numa única coluna”, sendo sujeito a uma revista à entrada do estádio “forçosamente minuciosa”, que resultou na “apreensão de diverso material pirotécnico e de material passível de ser arremessado”. O cronista estava lá e viu alguns adeptos com petardos que “apenas foram detectados após vistoria ao calçado”. Claro que não foram todos obrigados a descalçar-se, apenas aqueles que apresentavam enormes inchaços nos pés, devido à volumetria dos referidos petardos. O cronista viu, mas o comunicado não refere, certamente por esquecimento, adeptos saudosistas da sequela do Rambo com granadas de mão, metralhadoras e obuzes que, felizmente, os agentes da PSP e os ARD’s recolheram antes de entrarem no antigo estádio da antas, agora apelidado estádio do dragão (que, segundo rezam as más línguas, era para ser chamado ‘Estádio Fernando Gomes’. O azar foi o Rui Rio ter ganho as eleições autárquicas!).
Já dentro do estádio, o cronista, incentivado pela impunidade de casos recentes, com o grupelho de que fazia parte, passou os 60 minutos de jogo a gritar “nós só queremos ver Lisboa a arder”, saudosos da campanha que o Imperador Nero fez para iluminar Roma e incentivou o tal grupo dos 1000 adeptos para que, no regresso à capital dos mouros, parassem em todas as áreas de serviço e, qual furacão Katrina, deixassem marcas da sua passagem.
Ainda relativamente às questões relacionadas com a segurança, o cronista viu e agradece ao fc porto a “larga experiência na organização de esquemas [2]” e a permanente disponibilidade “para discutir com todas as entidades no sentido de melhorar os procedimentos de segurança (…) em eventos que envolvem o bem-estar de 50 mil pessoas”, quase sendo tentado a convidar o fcp para organizar a segurança do Rock in Rio – Lisboa, por exemplo, atendendo a que tão boa conta tem dado do recado! Quanto ao “aparecimento de algumas tochas no sector visitante”, deviam ser dos tais 1000 adeptos que não faziam parte dos “dois grupos de 750” (ver Nota 1), e que terão utilizado os referidos objectos luminosos para iluminar a equipa de arbitragem!
Por tudo o que fica escrito, pode o cronista e todos os que o lêem ficar descansados, que “o fc porto costuma proceder à análise dos factos antes de avançar com conclusões (…) e não é hábito do clube dirigir responsabilidades próprias para terceiros”, daí o “planeamento de segurança para este jogo ter sido feito em consonância com a PSP”, pelo que, e para o fcp, “as palavras do Director Nacional da PSP não podem deixar de provocar alguma perplexidade”, palavras que se transcrevem, para que não restem dúvidas, nem ao fcp, nem aos adeptos do Glorioso: “o problema surgiu no estádio, com o número de entradas da fiscalização da segurança privada, dos ard’s (assistentes de recintos desportivos), que eram só dois e tivemos de solicitar o reforço do número de agentes, para que fosse mais acelerada a entrada dos apoiantes do Benfica”.
Palavras esclarecedores e cheias de significado e que motivam ao cronista o agradecimento à PSP pelo que fez no dia 01 de Fevereiro de 2009, possibilitando, assim, que os adeptos “da equipa visitante” vissem 59 minutos de futebol de primeira água. O minuto que não viram foi o da queda. Olhavam, à excepção do cronista, para os 1000 adeptos que estavam a acender uma tocha!


Às margens laterais:
Como dizia o maneta, mão há só uma!
[3]

(Algures, neste país à beira-mar plantado)
[1] As citações que se seguem foram retiradas, com a devida vénia, do douto comunicado do fcp, de 03 de Fevereiro de 2009, em que “esclarece o esquema de segurança concebido para o «clássico»”. Equivoca-se, no entanto o referido comunicado quando refere no ponto 1 “o FC Porto concebeu o esquema de segurança habitual (…) para a previsão de 2500 adeptos visitantes” e no ponto 2 “tendo em conta a expectativa de dois comboios com adeptos visitantes, o ideal seria separá-los em dois grupos de 750 cada”. Ora, segundo a matemática do cronista, dois grupos a 750 cada dá um total de 1500. Se eram 2500, onde foram parar os outros 1000?
[2] Negociata, arranjo, conluio, in Dicionário Houaiss de Sinónimos. (Sublinhado do cronista).
[3] Crédito: José SESINANDO in Jornal de Letras, Artes e Ideias, n.º 1000
@Kar Luz Estrela

09/02/09

Fraquinho, fraquinho. À Benfica


Afinal havia outro.

Fraquinho, fraquinho. À Benfica.

Duas equipas:fraquinho, fraquinho. A de arbitragem e a do Norte.

À Benfica. A nossa equipa.

Desta vez mostrámos grande rigor táctico viemos com uma igualdade (1-1) com sabor a pouco, uma vez que o golo salvador dos do norte resultou de uma grande penalidade inexistente. Com este desfecho, temos luta acesa no topo da tabela, mas sem companhia, já que o Sporting perdeu (2-3), em casa, com o Sp.Braga, e começa a ficar para trás.
No jogo, o FC Porto começou mais mais atrevido, acercando-se algumas vezes das redes de Moreira. Este avanço durou cerca de25 minutos. De realçar, no entanto, que esta preponderância territorial nunca teve, nem de perto nem de longe, sufoco. O Benfica a não concedeu grandes espaços à tradicional movimentação das duas linhas mais adiantadas do adversário.
Nós com um meio-campo mais povoado, começámos por equilibrar a discussão naquela zona do terreno. Amorim e Reyes, nos flancos, Yebda e Katso, no meio, mas com o grego um pouco mais adiantado, sobrava ainda Aimar, na posição de charneira, entre o miolo e o homem mais avançado, Suazo.
Com um bom sentido posicional a meio, fomos uma formação mais compacta e que dava garantias. Reyes, por duas vezes, criou perigo, mas o golo só surgiu mesmo ao cair do pano, por Yebda, após canto de Reyes.
Na 2ª parte, refinámos os processos a meio-campo, ao mesmo tempo que o sector defensivo ia dando conta do recado, perante uma menor lucidez do ataque contrário, turvada por alguma ansiedade evidente. Quique Flores já tinha prescindido do ponta de lança de raiz (Suazo), por troca com Di Maria, visando um maior controlo, quando o árbitro resolveu, mais uma vez, entrar no jogo (já os amarelos)....
É verdade que Yebda fez menção de ir ao choque, mas o certo é que nem tocou no homem da equipa do norte. Mal assinalado o penalti que deu o 1-1. Um resultado que se manteve, apesar de injusto.
Sócios destes... não, Obrigado!
Para a semana à mais.

06/02/09

o 'texto' desta semana (à benfica!: fraquinho, fraquinho, fraquinho!!!)

UM TEXTO (descontínuo)

Como os meus leitores ainda estarão recordados, as maravilhas das novas tecnologias deixaram o último texto pendurado, pelo que hoje deveria dar-lhe a continuação de modo a concluí-lo. No entanto, porque a versão electrónica apresentada não é mais do que um conjunto de gatafunhos pouco acima do ilegível, porque, contrariamente ao que era anunciado, recebi vários reportes de que não se conseguia aumentar aquele texto, apesar de seguirem as instruções apresentadas pelo gestor do blog (a não ser que a grande maioria dos computadores já necessite de reforma) e ainda porque tal dificuldade em aceder satisfatoriamente ao texto da pretérita 6.ª feira não permite recordar o que escrevi, entendi não o concluir mas, atendendo a que tal texto estava praticamente terminado, lanço, aqui e agora, um desafio aos leitores para imaginarem a conclusão e, se assim o entenderem, partilhá-la com todos os que espreitam o blog.
Anda toda a gente preocupada com o tempo que ultimamente se tem feito sentir um pouco por todo o país. São as rádios, as televisões, os jornais, os sítios noticiosos que, numa quase paranóia colectiva, não se cansam de constantemente nos bombardear com previsões de mau tempo e com os alertas coloridos que a Protecção Civil vai lançando, quase dando a ideia que o Inverno deveria ser uma estação em que o sol teria de brilhar das 00H00 às 24H00, de modo a que o pessoal pudesse andar por aí em t-shirt, calções e chinelas de dedo e passasse o tempo de papo para o ar numa praia perto de si. Parece que se esqueceram que o Inverno é a estação das chuvas, do frio, do vento, da neve. E na sua normalidade, tem tantos encantos como qualquer outra das estações do ano. Necessário se torna, no entanto, estar atentos, para descobrir o quão maravilhoso pode ser esta época. Para ajudar os meus leitores a entrarem na magia de um dia de chuva, que, no entanto, tanto pode ocorrer no Inverno como em qualquer outra estação do ano, permito-me partilhar um poema de Ruy Belo. Saboreiem-no e aproveitem estes dias chuvosos e o que eles podem ter de encantador.

“AH! A MÚSICA

Quem terá deixado esquecida
esta música ouvida num canto da rua?
Ninguém de quem passa nela repara no entanto – é ela – faltava
no dia de chuva
No meu dia de chuva?
Meu seria decerto este dia
pois por mais precário que eu seja
nenhuma chuva fora podia
cair se acaso em mim não caísse.
Cai chuva e há música em meu coração
Era mera ilusão o dia de chuva.” [1]


Bancada central:
Tipo 1: Viste por aí uma cedilha?
Tipo 2: Não. Porque perguntas?
Tipo 1: Porque ando à caca dela!

(Alcochete, junto ao freeport, um dia qualquer do mês)
[1] Ruy Belo, Todos os Poemas, in Poemário Assírio & Alvim, 2009, 06 de Fevereiro
@Kar Luz Estrela

01/02/09

O Assalto ao PRIMEIRO


Num jogo disputado sobre difíceis condições devido à chuva, a primeira parte da partida não trouxe grandes oportunidades de perigo. O Rio Ave foi mesmo a primeira equipa a criar perigo por intermédio de Yazalde, que rematou por cima da nossa baliza.
Ainda na primeira parte, registo para uma bola ao poste, com Cardozo a receber na área e, bem ao seu estilo, rodou e rematou ao poste da baliza do Rio Ave.
Na segunda parte, o nosso avançado errou novamente o alvo ao cabecear ao poste da baliza do Rio Ave. Quique Flores colocou em campo Reyes, mas a principal revolução na equipa foi a entrada de Mantorras que, passados quatro minutos marcou. Mantorras recebeu o passe de Cardozo na grande área e rematou cruzado já dentro grande área para o único golo da partida.
Com este resultado conseguimos ganhar dois pontos ao outro clube.