30/01/09

mau tempo...

Este sítio que se pretende agregador dos aeronáuticos Benfiquistas não tem tido a participação necessária ao seu desenvolvimento. A grande excepção é o nosso comentador residente Kar Luz Estrela. Apesar dos tempos menos bons, de hoje se encontrar sem o seu portátil e sem acesso à Internet conseguiu enviar o manuscrito da sua crónica por fax.
Fica o exemplo e a crónica em imagem. Para aumentarem basta clicar na mesma.
Crónica de Kar Luz Estrela


PS: Por falha de energia não foi possível receber toda a informação. Ficou acordado com o autor que o tema será concluído na próxima crónica.

Fica então mais uma crónica e o exemplo.

23/01/09

pois... gosto mais com açucar


Aí está...

KAR…PIT…AL

Um roteiro lisboeta a dois


Já há uns meses que tínhamos decidido aproveitar um dia a passear por Lisboa, cidade de mil encantos e recantos, do fado e dos Santos Populares, das sete colinas e do Tejo, sempre o Tejo.
O dia anunciava-se primaveril, céu limpo, sem vento e uma temperatura amena (as previsões apontavam para uma mínima de 13º e uma máxima de 22º). Decidimos aproveitar a manhã para sentir o despertar de Lisboa e das suas gentes, o ritmo diário de uma multidão que percorre as ruas da capital em direcção aos mais variados locais de trabalho que proliferam na cidade.
Manhã cedo chegámos à Praça da Figueira apinhada de gente, de variadas etnias, profusão de cor e movimento, conversando numa plêiade de línguas que não entendemos. Muitos dos que se cruzaram connosco acabariam por passar por ali o dia, sem rumo certo.
Empreendemos de imediato a subida até ao miradouro da Graça. Tarefa extenuante, mas recompensada pela vista privilegiada que pudemos contemplar enquanto, refrescados pela agradável sombra de um pinheiro manso, bebíamos um chá preto, sem açúcar. E olhámos demoradamente o Castelo, a Mouraria, o Martim Moniz, a Baixa Pombalina e as ruínas do Convento do Carmo, avistámos a serra de Monsanto, até o nosso olhar repousar no Tejo.
Saciados, abandonámos aquele local deslumbrante, parando ainda noutro miradouro bem próximo daquele, o da Senhora do Monte, donde admirámos a Igreja da Graça, com a sua imponente torre, a frondosa colina do Castelo e a Mouraria, detivemos o olhar na Baixa pombalina, para depois o subir até ao Carmo e avistámos a serra de Monsanto e, a norte, as Avenidas Novas e a Penha de França, nunca perdendo de vista o Tejo. Faltou o serviço de chá mas, nas vistas, rivalizou com o da Graça.
Descemos à Baixa. Íamos almoçar ao Bairro Alto pelo que nada melhor do que aproveitar uma das atracções da capital e subir no elevador de Santa Justa.
Saciado o apetite, caminhámos até à Doca do Espanhol, em Alcântara, onde chegámos ainda a tempo de tomar lugar no veleiro Príncipe Perfeito para uma viagem no Barco Poético. Durante o percurso, o tema da conversa foi a poesia. Conversámos sobre poesia, ouvimos recitar poesia, respirámos poesia. A certa altura, pediste autorização para, também tu, recitares um poema. O orador de serviço aquiesceu de imediato, tentado pelo ineditismo da proposta, e então abriste o meu mouleskine, que me tinhas retirado da mochila sem que eu me tivesse apercebido, e declamaste um dos meus poemas, que foi depois dissecado na sua totalidade formal e de conteúdo até ao fim da viagem.
Ainda não refeitos da emoção daquele momento, entrámos na Galeria Quadrado Azul e demorámo-nos a contemplar a exposição de fotografia de Paulo Nozolino, bone-lonely, e a sua predilecção pelos ambientes escuros e universos sufocantes, em fotografias, muitas delas de grande formato.
Caía a tarde.
Antes de jantar, apeteceu-nos contemplar o dia a terminar. Subimos até ao Miradouro do Adamastor. Um chá verde e a noite a chegar, com todo o brilho das luzes que se iam acendendo a nossos pés e iluminando a cidade que ainda demoraria algumas horas a adormecer.
Antes do regresso a casa, que tinha o seu ponto de partida na Gare do Oriente, parámos no Casino de Lisboa, não nos jogos de muito azar e pouca fortuna, mas no espectáculo dos Stomp. O humor, o ritmo irresistível, o movimento, os objectos mais díspares e os sons resultantes da sua utilização, proporcionaram duas horas de espectáculo visualmente impressionante, o complemento ideal para fechar com chave de ouro este roteiro lisboeta.

À trave:
Ela: Amor! Para mim, a fidelidade é muito importante.
Ele: Para mim também, querida. É a minha companhia de seguros!

(Gare do Oriente, s.d.)
@kar Luz Estrela

16/01/09

Nova crónica de Kar Luz Estrela

Janeiro

A vida de cronista não é fácil, principalmente nos dias em que a inspiração teima em não aparecer e o prazo para entregar a crónica está a esgotar-se.
Hoje é um desses dias.
Escrever sobre quê ou quem? Sobre o SLB? Já tudo foi escrito na imprensa, seja desportiva ou de referência, diária ou semanal, pelo que o escriba nada de novo iria acrescentar ao que toda a gente leu, correndo até o risco de se tornar repetitivo, desmotivando quem ainda se dá ao trabalho de espreitar estas crónicas.
Questionam-me “então isto não é um blog benfiquista em que o que se escreve deve ter como temática o Glorioso?” e eu respondo que, como já referi em crónica anterior, foi-me dada carta branca e uma caneta de tinta permanente para escrever. Só isso. E é isso que tenho tentado fazer. Umas vezes mais inspirado, outras vezes menos, umas vezes com ideias próprias, outras socorrendo-me de escritos e ideias de outros, mas sempre e só com um único fim: escrever.
Mas hoje, repito, falta-me a inspiração. Situação que, aliás, não é de agora. Prolonga-se há vários dias e ainda não consegui descobrir a origem, apesar das tentativas já efectuadas, incluindo medicação apropriada recentemente prescrita.
É evidente que esta questão não pode ter origem na brilhante campanha interna do SLB na Liga Sagres, em que conquistou o título de “Campeão de Inverno”, e, apesar do tropeção na Trofa, ainda mantém o primeiro lugar na prova. É certo que os adversários ficaram escandalizados com a excelente arbitragem no jogo contra o Braga. No entanto convém recordar que o árbitro mais não fez do que seguir uma das regras essenciais e vitais do Estado português que é a de beneficiar os grandes. Sempre assim foi e sempre assim será, embora algumas arbitragens nos últimos tempos e nos jogos do Glorioso, andassem esquecidas dessa prática corrente e tão intrinsecamente portuguesa.
A falta de inspiração que me rói as entranhas também não está relacionada, nem com a entrada em vigor do novo ano, o primeiro, embora ainda seja frequente enganar-me no último dígito, continuando a escrever o 8, nem com a crise económica, apesar de já se conseguir deduzir que a crise afinal não é para todos.
Resta-me apenas, e enquanto a inspiração não chega, esperar, e de preferência sentado, à espera que um dia destes se digne aparecer, para poder escrever algo de útil e que o gestor do blog possa aproveitar para editar.
Até lá, limito-me a crónicas como a que acabaram de ler.

Fora-de-jogo:
Quando vires um sapo a fumar, chama a A.S.A.E.!

(Bairro Alto, um dia destes)
@kar Luz Estrela

11/01/09

Quem?

Este domingo foi o fim de uma série de dois jogos sem vencer na Liga de futebol, ao batermos o Sporting de Braga por 1-0, e regressando à liderança da competição, em igualdade pontual com outro clube.
Em jogo da 14ª ronda da prova, no nosso estádio, David Luiz marcou aos 45 minutos o golo que valeu o regresso aos triunfos em casa, algo que já não acontecia desde Novembro de 2008.
Com esta vitória, voltámos ao topo do campeonato, em igualdade com os outros.
Apesar de uma exibição menos conseguida na Trofa, Quique Flores confiou a Moreira a baliza, colocando Miguel Vítor no eixo da defesa, junto de Luisão, e David Luiz como lateral esquerdo.
Apesar de já estar recuperado, Reyes ficou sentado no banco de suplentes, com o técnico a optar por Di Maria no meio-campo e pela dupla atacante composta por Pablo Aimar e David Suazo.
No lado dos bracarenses, Jorge Jesus surpreendeu ao deixar de fora do "onze" o camaronês Meyong e reforçou a zona do meio-campo com cinco unidades, deixando apenas o colombiano Renteria na frente.
Apesar de um maior domínio da equipa minhota nos primeiros minutos, fomos nós quem criou a primeira oportunidade da partida, através de Suazo, que, com um remate bem colocado, obrigou Eduardo a efectuar grande defesa.
O lance protagonizado pelo avançado hondurenho pareceu acordar a equipa que realizou mais incursões até à área bracarense, sempre por Aimar e Di Maria, mas sem nunca conseguir incomodar o guarda-redes minhoto.
Na última jogada da primeira parte, David Luiz, com um excelente cabeceamento, deu-nos a vantagem, depois de um livre bem marcado por Aimar.
O tento acabou com uma série de mais de 600 minutos sem sofrer golos do guardião Eduardo.
Aos 57 minutos, num rápido contra-ataque, Di Maria sofreu uma grande penalidade, após falta de Mossoró, mas, na marcação, David Suazo permitiu a defesa de Eduardo, que assim manteve os bracarenses na corrida por um bom resultado.
Jorge Jesus ainda lançou no encontro Meyong e Matheus, mas o melhor que o Sporting de Braga conseguiu foi um remate de Alan, aos 76 minutos, a que Moreira respondeu com uma boa intervenção.
A cinco minutos do fim, Moreira impediu o golo bracarense, com uma enorme defesa.
Estes já cá cantam, que venham mais três.

09/01/09

Notícias escolhidas ao acaso

“Em Junho, termina a calibragem obrigatória de frutas e legumes que vigora no espaço europeu, ficando ao critério dos Estado decidirem se se podem comercializar cenouras tortas e maçãs pequenas. A coisa durava há décadas e é agora revista com dois argumentos fundamentais: combater o desperdício e baixar os preços. Diz a Comissão Europeia que, com isso, vai reduzir os preços em cerca de 40%. Certamente exagera. O lóbi da fruta grossa, que lhe impôs a calibragem, esmagando os concorrentes menos preparados, vai tentar manter tudo como está. Mas esta decisão demonstra que a fúria reguladora de Bruxelas provocou desperdício e preços altos. Quer dizer, prejudica os produtores e os consumidores, em nome dos quais se fazem tantas das regras absurdas que os eurocratas inventam, cedendo, geralmente, a algum interesse particular.”
(Expresso, Novembro de 2008)
(Com esta medida os ‘fenómenos do Entroncamento’ já podem ser vendidos por essa Europa fora…)

“Recuperar a filosofia dos cafés de antigamente é o principal objectivo do Praça Caffé, que abriu no passado dia 15, na Praça Luís de Camões, em Mértola.
Rui Rodrigues e Carlos Carvalho, parceiros de negócio, destacam “o ambiente acolhedor e o serviço de qualidade” num espaço que “se assemelha ao coffeshop à inglesa, onde as pessoas se encontram para tomar café e conversas sem pressas.”
Aberto entre as 9 e as 2 horas, o Praça Caffé transforma-se à noite num descontraído bar, onde a música ambiente varia entre o jazz, o chill out e o lounge.”
(Ecos do Guadiana, Dezembro de 2008)

“João B. Gomes era um homem banal. Professor de desenho, (…) que não fez nada de extraordinário, nem sequer foi um brilhante aluno, ou artista, ou escritor. Em abono da verdade, nada do que fez em vida o teria posto nas páginas de um jornal. Mas há homens que deixam marcas de surpresa. No momento em que soube que perdera a guerra contra o cancro – que o minava há 12 anos – reuniu os amigos e encomendou-lhes a tarefa de gerir a sua herança. Peça por peça, livro por livro, cada um dos objectos que fizeram a sua vida devia ser colocado a leilão. “Para quem deles mais precisar”, disse. (…) E para que chegasse a todos, a base de licitações parte de um único euro. No final, o valor real da vida do João será distribuído por associações de solidariedade.
Nunca casou ou teve filhos (…) e quando a doença o agarrou, o mundo ficou mais pequenino. (…) Nos últimos tempos de vida pegou nas trouxas e fez o que mais gostava: viajar.
“Nem se pense que há uma fortuna em jogo”, salientam os parentes. São restos de uma vida, repleta dos quadros que o João pintava, mas que nunca conseguiu expor. Dos livros que leu e dos discos que ouvia. Tudo o que quis deixar. “Além do ser ou não ser dos nossos problemas, o que importa é isto: penso nos outros, logo existo”, deixou João escrito num dos cadernos para os depositários da sua herança. É esta a frase, aliás, que encabeça o blogue que leiloa as marcas da vida do professor, do pintor e do amigo. Ironia do destino, o solitário encontrou agora uma grande companhia. Os amigos perpetuam a memória para lá do previsto para um homem, acima de tudo, normal.”
(Expresso, Outubro de 2008)

“Obra feita… no papel.
(Os políticos têm cada vez mais numa irresistível tendência para publicarem os seus escritos)
(…) A verdade é que a obra escrita dos políticos portugueses mede-se em quilómetros de linhas e talvez mesmo em toneladas de tinta. Quase todos escrevem ou têm essa tentação, quando não sentem mesmo essa obrigação. As editoras apostam e o público compra. (…) Não admira. Antes do interesse comercial (nunca confessado e até às vezes rejeitado), vem a vontade de explicar, de informar, de, enfim, “dar a sua versão dos factos”.
“Os políticos vendem, mas vendem mais quanto mais mediáticos são e em função da actualidade do momento” (…) e são tantos os títulos que se chega a duvidar se as vendas correspondem a livros lidos, ou bibelôs de estante.
Além dos livros políticos escritos pelos políticos, restam ainda muitos pequenos livros, com recolhas de discursos, intervenções na imprensa, escritos esparsos. No fundo, meras justificações de trabalho feito ou boas intenções para uma obra adiada…”
(Expresso, Novembro de 2008)
(É caso para dizer: dediquem-se à escrita e deixem a política para quem quer servir o País e não servir-se do País!)


Notícia de última hora:
O Glorioso enviou uma exposição à Liga de Clubes a solicitar que o patrocinador principal da Liga seja substituído, argumentando que a cerveja Sagres tem provocado nas últimas semanas algumas indigestões, azias e amargos de boca. Na mesma exposição, o Glorioso propõe que o patrocinador principal passe a ser a Carlsberg, já que, pelo menos a que foi dada a provar na cidade-berço, não provocou efeitos secundários tão graves!
(Revista “Mística”, n.º especial dedicado ao título de “Campeão de Inverno”)

(Pontinha, um dia qualquer de 2009)
@Kar Luz Estrela

04/01/09

É Natal??????... ainda?


As escolhas de Kar Luz Estrela

2008 – As minhas escolhas muito pessoais

Melhores livros lidos:
O Homem sem Qualidades – Robert Musil;
Os Detectives Selvagens – Roberto Bolaño;
O Jogo do Mundo (Rayuela) – Júlio Cortázar;
Em Busca do Carneiro Selvagem – Haruki Murakami;
Fome – Knut Hamsun

Melhor livro de colecção:
Portugal em Selos 2008 - CTT

Melhores músicas ouvidas:

Tudo o Que Eu Te Dou – Pedro Abrunhosa & Bandemónio;
A Strange Kind of Love – Peter Murphy;
Where Is my Mind? – Pixies;
Save What You Can – The Triffids;
New York City – The Peter Malick Group featuring Norah Jones

Melhor texto escrito:
Sonhou que Era Um Cabide (no prelo)

Melhor dia do ano:
31 de Dezembro

Melhor nome de Café/Snack-bar:
PÁRA E PENSA

À entrada do Estádio:

Votos para 2009:

Que os coiratos nunca sejam de coiro,
Que a sã gria não adoeça,
Que o árbitro não seja loiro
E que cada um tenha o que mereça!

(Serra de Alvaiázere, 01 de Janeiro de 2009)